domingo, 14 de março de 2010

Após temporal e paralisação, Power vence e Meira vai ao pódio da Indy

MAIS TRANSTORNOS PARA A INDY EM SP

  • Thiago Bernardes/UOL

    No começo da prova, Mario Moraes passou por cima de Marco Andretti, que levou pneu na cabeça

  • Thiago Bernardes/UOL

    Depois, veio o temporal: Raphael Matos ganhou posições após a chuva e foi o quarto colocado

A previsão da meteorologia se concretizou neste domingo durante a etapa de abertura da Fórmula Indy em São Paulo. Um forte temporal atingiu o Circuito do Anhembi por volta da 30ª volta da prova, provocou alagamento e chegou a cortar a energia elétrica. Foi mais um transtorno para o evento, que já tinha feito uma reforma emergencial na pista pela madrugada. Após cerca de meia hora de paralisação, o australiano Will Power venceu a primeira prova de rua realizada no Brasil, com o brasileiro Vitor Meira no pódio em terceiro lugar.

Meira fez a festa da torcida no Anhembi com uma corrida de recuperação, já que ele largou na 16ª posição. O pódio foi conquistado com uma ultrapassagem no final da prova sobre o compatriota Raphael Matos, que ficou em quarto. Hélio Castroneves foi o nono colocado, e Tony Kanaan terminou em 10º, logo à frente de Bia Figueiredo, 13ª colocada e melhor mulher na prova. Mario Moraes e Mario Romancini não completaram a prova.

No pódio, os organizadores repetiram uma tradição que pertence às 500 Milhas de Indianápolis e, em vez de champanhe, deram leite para Will Power beber e fazer a festa. A medida atendeu também os interesses de uma empresa de laticínios que patrocina a prova.

O final aconteceu com a pista seca, mas em certo momento, os carros no circuito chegaram a lembrar as cenas do verão paulistano, marcado por alagamentos nas principais vias da cidade. Os pilotos andavam com água até quase a metade do pneu em alguns pontos. Após a bandeira vermelha, o público chegou a ter dúvidas sobre a continuidade da prova,

mas ainda haveria outros 43 minutos de ação no circuito.

Antes da largada, a chuva já ameaçava o Anhembi, mas durou poucos minutos e não passou de uma leve garoa, tanto que as equipes nem trocaram pneus. Enquanto isso, na direção da zona oeste, surgem dois caças em meio ao céu escuro, e no lado oposto, tudo azul. O sol prevaleceu, e o público pôde guardar suas capas de chuva, que já estavam a postos.

A leve chuva só serviu mesmo para atrasar a largada. Quando Dario Franchitti recebeu a bandeirada no Sambódromo e puxou o pelotão da frente, Kanaan aproveitou e ganhou duas posições, pulando de sexto para quarto lugar. Os primeiros carros do grid aceleraram forte e fizeram voltar a poeira que marcou o warm up pela manhã, devido à reforma feita para dar aderência ao trecho do Sambódromo.

Com menos visibilidade, os carros que vieram atrás acabaram se enroscando. Hélio Castroneves tocou em Takuma Sato - o brasileiro voltou, o japonês abandonou. Simultaneamente, o brasileiro Mario Moraes literalmente passou por cima de Marco Andretti, que, mesmo depois de levar uma "pneuzada" na cabeça, passa bem. “A pista estava obviamente muito empoeirada”, reclamou Andretti após o acidente. “Não dava para enxergar os carros que estavam na frente”, completou.

A primeira bandeira amarela da prova durou sete voltas e 22 minutos, tempo aproveitado pelas equipes para fazer ajustes nos boxes. Castroneves caiu para vigésimo, enquanto Raphael Matos ganhou sete posições e já aparecia em quinto. Vitor Meira também se deu bem e saltou de 16º para sétimo lugar.

A segunda bandeira amarela foi causada, para variar, pela venezuelana Milka Duno. Ela tem 100% de aproveitamento em todas as atividades de que participou no Anhembi – ou seja, sempre que esteve na pista, ela causou bandeira amarela. Bom para os pilotos, que puderam fazer mais ajustes. Principalmente para Kanaan, que ganhou a terceira posição de Alex Tagliani no pit stop.

Mas o baiano foi tocado na 28ª volta e teve que ser empurrado. Ao mesmo tempo, uma nuvem negra se aproximava do circuito, acompanhada por uma forte ventania e raios. A energia caiu no Anhembi, e a bandeira amarela voltou. A pista estava alagada, e os carros voltaram aos boxes para esperar o escoamento da água.

Após a relargada, Hélio Castroneves se recuperou do acidente sofrido na primeira volta e já aparecia em sexto. Mas o destaque era Raphael Matos, que assumiu a segunda posição e agradou o chefe Gil de Ferran, ex-piloto sócio da equipe Luczo Dragon. Estreante do ano em 2009, Matos foi beneficiado pela batida de Ryan Briscoe, mas acabou ultrapassado por Meira no final da prova. O vencedor Will Power também assumiu a ponta faltando poucos minutos para a chegada, deixando para trás o segundo colocado Ryan Hunter-Reay.

Power colocou a equipe Penske na liderança do campeonato, pressionando o seu companheiro Hélio Castroneves. Hunter-Reay, da Andretti, também saiu na frente do companheiro Tony Kanaan na disputa interna da Andretti. Já Vitor Meira, como único piloto da A.J. Foyt, fez a festa da equipe, assim como Raphael Matos na escuderia comandada por Gil de Ferran.

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